quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Commedia Dell'Arte





A Commedia dell'Arte enquanto teatro começa na Itália do século XVI, rompendo com as tradições medievais populares e tentando imitar os mais antigos.
Inúmeras peças imitam as comédias de Plauto e Terêncio; mas só uma tem valor superior, a amarga Mandrágora, de Maquiavel. Um teatro originalíssimo sai do uso de elementos plautinos e representações populares e dialetais, o teatro do Ruzzante(1502-1542). Forma original italiana é a Commedia dell'Arte, com tipos regionais e textos improvisados, que no século XVII dominará os palcos da Europa.
Menos bem sucedidas eram as tentativas de imitar a tragédia grega. Mesmo as melhores dessas obras, a Sofonisba, de Trissino (1478-1550), e a Orazia, de Aretino, não se elevam acima do nível de exercícios de erudição e de declamação. O aspecto de exercício didático caracterizará, mais tarde e até o começo do século XVIII, o teatro escolar dos jesuítas da França, Itália, Alemanha e nos paises eslavos; produziu porém, imas poucas obras primas, como o Cenodoxus, do alemão Dibermann (1578-1639). Mas o teatro dos jesuítas teve pouca influência nas diferentes literaturas nacionais, por estar redigido, sempre, em língua latina.
O fracasso das tentativas de imitar a tragédia grega. sempre vista através de Sêneca, levou com o tempo a fazer recuar os elementos propriamente trágicos, preferindo-se o ambiente idílico, o happy end e o elemento de poesia lírica, traços que caracterizam o teatro pastoral. Tasso escreveu a primeira e maior peça desse gênero, o Aminta. Mas o maior sucesso na Europa toda, foi o do Pastor fido, de Guarini (1538-1612). enfim, o elemento lirico-musical chegou a propiciar a colaboração da própria música, no melodramma, ou na ópera, cujo maior representante foi Metastasio.
Os Artistas da commedia dell'arte deram à atividade teatral organização profissional, estruturas e normas que se incorporaram a todo o teatro posterior. Abriram espaço para a participaçÃo das mulheres no elenco, criaram um público estável e uma linguagem própria, que transcende a palavra ou o texto poético. Difundiu-se pela Europa ao longo dos 200 anos seguintes. Algumas de suas características, como a improvisação e o emprego de personagens fixos, levaram certos especialistas a entendê-la como herdeira da atelana, farsa popular da antiguidade romana, embora tal parentesco não tenha sido historicamente comprovado.
O Teatro de corte italiano, ao qual não faltavam recursos materiais, promoveu a valorização da cenografia em detrimento do ator e evoluiu para a ópera e o balé. Os profissionais da commedia dell'arte, sem recursos para ricas produções, tornaram-se grandes intérpretes e levaram a teatralidade a sua expressão mais elevada. A ausência de unidade lingüística na Itália pós-renascentista favoreceu o predomínio da expressão corporal sobre o texto, fato que imprimiu aos espetáculos sua vitalidade cênica característica.
As companhias eram formadas por 10 a 12 atores desempenhavam papéis fixos, tocavam, cantavam e dançavam, dominavam a mímica e a acrobacia. O texto funcionava como roteiro indicativo do enredo, pois o que dominava a cena era a improvisação. As peças giravam em torno de desencontros amorosos, com inesperado final feliz. Os personagens eram arquétipos: os enamorados, o doutor, o velho, (Pantaleone), os criados (Arlequim, Polichinelo e Colombina) entre outros. Os tipos eram caracterizados por indumentárias e máscara próprias de cada personagens. http://pt.wikipedia.org/wiki/Comédia_Dell’arte

Alegoria da Caverna de Platão






Imaginem a seguinte situação: homens aprisionados em uma caverna, desde a infância, tendo essa uma única entrada para a luz. Na posição em que estão, na semi-escuridão, eles só conseguem enxergar sombras projetadas pela luz que entra por detrás deles. Estas sombras mostram homens carregando objetos de variadas formas. Uns conversam entre si, outros apenas passam. Para estes prisioneiros, nestas condições, esta é a realidade do mundo.
Considerando que um deles fosse solto, sua primeira reação seria de dor, pelos anos de confinamento. Em seguida, ao alcançar o mundo externo, sua visão seria ofuscada pela súbita claridade. Mas, aos poucos ele se fascinaria com a descoberta, tendo dificuldades em julgar qual seria a verdadeira realidade. Com o tempo, ele começaria a se adaptar a essa nova realidade e compreendê-la. Ao lembrar de sua vida anterior, pensaria: - Prefiro viver e sofrer tudo novamente a retornar às ilusões de antes.
Caso este homem, agora consciente, resolvesse retornar à caverna, veria, num primeiro momento, apenas trevas. Mas, mesmo depois, teria dificuldade de distinguir as sombras que lhe eram tão familiares. Seus companheiros lhe diriam que sua ida ao mundo exterior havia arruinado sua percepção da realidade e, por isso, não valia a pena se arriscar numa jornada desconhecida. Se acaso fossem soltos e forçados a sair da caverna, tentariam agarrá-lo e o matariam, por não acreditarem que existisse outra verdade além da que conheciam.
Se considerarmos tudo que vemos sobre a face da terra como a caverna e, a luz que lá incidia como o sol que nos ilumina, podemos considerar que a descoberta de um outro mundo representa uma nova vida para onde as almas se elevam, mas só Deus sabe se ela é verdadeira. Tendo como base esta idéia do bem, que é criadora do mundo e senhora da verdade e da inteligência, precisamos nela crer para sermos sensatos na vida.

A Máquina, de Adriana Falcão




A Máquina, de Adriana Falcão, é uma fábula que fala de amor, desencontros, encontros. O envolvimento do texto é, no entanto, sua narrativa. Tendo como cenário uma cidade imaginária, chamada de Nordestina. Adriana Falcão cria a estória de um lugar, onde ninguém mais quer ficar. As coisas só acontecem de Nordestina pra lá, o mundo passou a ser qualquer lugar, menos Nordestina. Nesse canto sem futuro acontece o amor entre Antônio e Karina. Ele só quer o amor dela. Ela quer isso, mas também quer o mundo. Disposto a não lhe negar nada, Antônio cruza os limites da cidade para trazer o mundo para Karina. A Máquina acerta ao misturar ficção com romance. A história de amor que além do sucesso em livro e em peça teatral, virou também filme, A Máquina, estréia do diretor pernambucano João Falcão. O livro foi escrito por Adriana Falcão, mulher do diretor, que adaptou e dirigiu o texto para a peça teatral. O espetáculo aplaudido e cultuado revelou o talento de dois atores baianos, hoje famosos: Lázaro Ramos e Wagner Moura. No teatro, os dois fizeram o papel de Antônio, o protagonista, que no filme é defendido pelo novato Gustavo Falcão (sobrinho do diretor). No cinema, Ramos e Moura fazem apenas pontas, o primeiro como um louco internado num hospício, e o segundo como o apresentador de um programa de televisão sensacionalista. Uma surpresa no elenco é o veterano Paulo Autran, que raramente faz cinema nos dias de hoje. A história é ambientada na pequena cidade de Nordestina, típico lugarejo localizado no fim do mundo, onde ninguém quer ficar. Menos Antônio (Gustavo Falcão), rapaz sonhador, que só tem olhos para a menina que mora na outra rua, Karina (Mariana Ximenes). Karina, no entanto, também não vê a hora de sair dali. Quer ser atriz de televisão. Por isso, ensaia diariamente com Antônio e esta é a chance do rapaz de ficar bem perto de sua musa - que não repara o quanto ele está apaixonado. Mas chega o dia em que ela anuncia sua partida, rumo ao mundo dos sonhos. Antônio a faz ficar, em troca da promessa de que irá trazer esse mundo para ela. A maneira como ele cumpre essa promessa é engenhosa e não deve ser revelada para não estragar a graça de assistir ao filme. No final, Antônio promete, em um programa de TV, que viajará até o futuro. Emissoras de todo mundo deslocam-se para Nordestina para cobrir o evento, que tem uma série de conseqüências inesperadas. A Máquina acerta ao brincar com o tempo sem parecer infantil. Todo o artificialismo dos cenários e o uso da música são colocados a serviço da narrativa. É um filme surpreendente, no melhor sentido, também graças à qualidade da equipe técnica - especialmente Walter Carvalho na fotografia; Marcos Pedroso na direção de arte; Kika Lopes no figurino; a trilha sonora de Robertinho do Recife e Chico Buarque de Holanda (que compôs uma canção inédita Porque Era Ela, Porque Era Eu).

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

O Expressionismo








Edvar Munch (O Grito/Madonna)
Denominam-se genericamente expressionistas os vários movimentos de vanguarda do fim do século XIX e início do século XX que estavam mais interessados na interiorização da criação artística do que em sua exteriorização, projetando na obra de arte uma reflexão individual e subjetiva. O Expressionismo não se confunde com o Realismo por não estar interessado na idealização da realidade, mas em sua apreensão pelo sujeito. Guarda, porém, com o movimento realista, semelhanças, como uma certa visão anti-"Romantismo" do mundo.
Sob o rótulo expressionista estão movimentos e escolas como o grupo
Die Brücke (do alemão: A ponte), as últimas Secessões vienenses e de uma certa forma o fauvismo. Em uma acepção mais ampla, a palavra se refere a qualquer manifestação subjetiva da criação humana.Uma das primeiras manifestações, neste contexto das vanguardas, a ser chamada de expressionista foi a dos fauves (que mais tarde teria em Henri Matisse seu principal desdobramento, ainda que sua obra se afaste do arquétipo expressionista). No fovismo, a principal e mais clara herança dos pós-impressionistas (entre os quais Paul Gauguin tem posição de destaque, seguido do supracitado Van Gogh) é a pesquisa formal e psicológica dos efeitos dramáticos da cor na composição pictórica. A cor aqui é vista de uma maneira absolutamente não-naturalista, independente e é essencialmente uma forma de expressão de sensações e sentimentos. O expressionismo era baseado na explosão da emoção, na explosão do sentido. Utiliza a imagem visual que nos cerca para uma realidade interior. Ocorre a deformação das imagens, devido ao sentimento interior intervir na realidade. O fato dramático sobrepõe ao fato artístico
Existiram dois grupos, porém, que entre todos os movimentos são os mais facilmente identificados com o expressionismo. São eles:
A Ponte (Die Brücke'), em Dresden (1905-1913); e O Cavaleiro Azul (Der Blaue Reiter), em Munique (1911-1914). Os primeiros eram mais agressivos e politizados e seus principais representantes são Ernst Ludwig Kirchner e Emil Nolde. O Cavaleiro Azul (que mais tarde se desdobrará e parte de seus membros virá a fazer parte da Bauhaus e do advento da abstração) eram mais voltados, em um primeiro momento, à espiritualidade da obra artística e seus principais membros são Vassíli Kandínski, Paul Klee e August Macke.
Na America Latina o expressionismo manifestou-se como uma via de
protesto político. No México, seus representantes mais importantes são os muralistas, como Diego Rivera.
Durante a
década de 1950, o expressionismo volta a se manifestar, mas agora de uma outra maneira, na obra de artistas americanos como Jackson Pollock, dentro do que ficou conhecido por expressionismo abstrato. Notabilizou-se principalmente na Alemanha.
No norte da Europa, a celebração fauvista da cor foi levada a novas profundidades emocionais e psicológicas. A partir de 1905, o expressionismo desenvolveu-se quase simultaneamente em países diversos. O alemão, em especial, caracterizado por cores intensas e simbólicas e imagens exageradas, tendia a abordar os aspectos mais sombrios e sinistros da alma humana.
Embora o expressionismo tenha adquirido caráter nitidamente alemão, o francês Georges Rouault (1871 – 1958) foi quem uniu os efeitos decorativos do fauvismo à cor simbólica do expressionismo germânico. Rouault foi colega de Matisse na academia de Moreau e expôs com os fauvistas, mas sua paleta e sua temática profunda o colocam como um dos primeiros expressionistas, ainda que isolado. A obra de Rouault tem sido descrita como “o fauvismo de óculos escuros”.
Rouault era muitíssimo devoto, e alguns o consideram o maior artista religioso do século XX. Começou como aprendiz de vitralista, e o amor a contornos severos que contenham cores radiantes dão vigor e enternecimento a suas pinturas de prostitutas e palhaços. Ele não julga essas desventuradas figuras, mas a extrema piedade com que as mostra causa poderosa impressão; assim, Prostituta no espelho é um libelo feroz contra a crueldade humana.

Mundo Sustentável - André Trigueirinho




Flor do Mangue - Franz Krajcberg
Mundo Sustentável, de André Trigueirinho reúne uma seleção de artigos, entrevistas e comentários do jornalista. Alguns dos principais temas da atualidade - aquecimento global, água, biodiversidade, consumo irracional dos recursos naturais, lixo, energia, meio ambiente nas cidades - aparecem em lugar de destaque, com a preciosa colaboração de especialistas convidados pelo autor para comentar os assuntos abordados. O livro apresenta soluções para vivermos num mundo auto- sustentável, procurando despertar a sociedade para a importância do debate de questões que estão intrinsecamente relacionadas ao modelo socioeconômico em que estamos imersos. Um bom exemplo do enfoque proposto por André é o capítulo a respeito do lixo, assunto que atinge a todos, que apresenta nitidamente o impacto de nossos hábitos cotidianos sobre o meio ambiente, e as perspectivas de uso inteligente dos resíduos como fonte de matéria-prima e energia. Cada leitor poderá identificar como, através de pequenas ações, podemos nos sentir agentes da mudança em favor de um mundo melhor e mais justo.