quinta-feira, 19 de março de 2009
O Cubismo
Fernand Léger- Mulher verde e Vermelha
Cubismo - Movimento das artes plásticas, sobretudo da pintura, que a partir do início do século XX rompe com a perspectiva adotada pela arte ocidental desde o Renascimento. De todos os movimentos deste século, é o que tem influência mais ampla. Ao pintar, os artistas achatam os objetos, e com isso eliminam a ilusão de tridimensionalidade. Mostram, porém, várias faces da figura ao mesmo tempo. Retratam formas geométricas, como cubos e cilindros, que fazem parte da estrutura de figuras humanas e de outros objetos que pintam. Por isso o movimento ganha ironicamente o nome de cubismo. As cores em geral se limitam a preto, cinza, marrom e ocre. O movimento surge em Paris em 1907 com a tela Les Demoiselles d'Avignon (As Senhoritas de Avignon), pintada pelo espanhol Pablo Picasso. Também se destaca o trabalho do ex-fauvista francês Georges Braque (1882-1963). Em ambos é nítida a influência da arte africana. O cubismo é influenciado ainda pelo pós-impressionista francês Paul Cézanne, que representa a natureza com formas semelhantes às geométricas.Essa primeira fase, chamada de cézanniana ou protocubista, termina em 1910. Começa então o cubismo propriamente dito, conhecido como analítico, no qual a forma do objeto é submetida à superfície bidimensional da tela. O resultado final aproxima-se da abstração. Na última etapa, de 1912 a 1914, o cubismo sintético ou de colagem constrói quadros com jornais, tecidos e objetos, além de tinta. Os artistas procuram tornar as formas novamente reconhecíveis.Em 1918 o arquiteto francês de origem suíça Le Corbusier e o pintor francês Ozenfant (1886-1966) decretam o fim do movimento com a publicação do manifesto. Depois do Cubismo. O cubismo manifesta-se ainda na arquitetura, especialmente na obra de Le Corbusier, e na escultura. No teatro, restringe-se à pintura de cenários de peças e de balés feita por Picasso.
Literatura –Os princípios do cubismo aparecem na poesia. A linguagem é desmontada em busca da simplicidade e do que é essencial para a expressão. O resultado são palavras soltas, escritas na vertical, sem a continuidade tradicional. O expoente é o francês Guillaume Apollinaire (1880-1918), que influencia toda a poesia contemporânea. Ao dispor versos em linhas curvas, torna-se precursor do concretismo.
CUBISMO NO BRASIL –O cubismo só repercute no país após a Semana de Arte Moderna de 1922. Pintar como os cubistas é considerado apenas um exercício técnico. Não há, portanto, cubistas brasileiros, embora quase todos os modernistas sejam influenciados pelo movimento. É o caso de Tarsila do Amaral, Anita Malfatti e Di Cavalcanti.
terça-feira, 17 de março de 2009
Planejamento e Conteúdo de Artes
● Expressionismo
● Cubismo
● Futurismo
● Dadaísmo
Atividades de Artes 3ºs ABCDEF/CEAN Matutino
O Abandono (Gravura de Oswaldo Goeldi)
2) Um artista deve manter-se sempre o mesmo, fiel ao caminho que encontrou para expressar sua arte.
3) O papel da arte é reproduzir a realidade tal qual ela é?
4) Fazer a leitura das imagens: Nosferatu (Filme de Murnau), A Batalha (Pintura abstrata de Kandinski) e O Abandono (Gravura de Oswaldo Goeldi).
Teatro e Cinema Expressionista
O Expressionismo no Teatro é importante assinalar os nomes de Reinhard J. Sorge, Carl Sternheim, Ernst Toller ( O Homem-massa estréia em 1921), Georg Kaiser, Frank Wedekind ( O Despertar da Primavera, A Caixa de Pandora). O Teatro expressionista é antiibseniano, porque quer ser anti-realista; dispensa a imitação da fala coloquial e dos ambientes familiares no palco; fala em estilo poético ou declamatório e prefere cenários fantásticos, que já não são mero fundo da ação teatral, mas participam dela como se fossem personagens mudos.
Tudo isso não está, porém, a serviço de um teatro poético, mas de propaganda de idéias: em vez do individualismo quase anarquista de Ibsen, o Socialismo e o Comunismo; em vez do ceptismo ibseniano, uma religiosidade livre, mas esperançosa; em vez do feminismo de Ibsen, a luta dos sexos e das gerações, o homem defendendo-se das mulheres e os filhos em revolta contra os pais, atitudes apoiadas em teorias psicanalíticas. É um teatro revolucionário e, ao mesmo tempo, fantástico.
O criador do teatro expressionista foi o sueco Strindberg, que depois de uma fase de naturalismo extremado caiu no extremo oposto, de teatro simbólico-religioso. Sua influência, pouco sensível na França e na Inglaterra, foi grande na Rússia e nos E.U.A., mas sobretudo na Alemanha. Ali já tinha, independente do sueco, o ator Wedekind criado um teatro pré-expressionista, com a luta dos sexos como tema principal e com a característica interpretação fantástica de ambientes aparentemente reais. Depois de 1918, o Expressionismo conquistou o teatro alemão. Suas figuras principais são Georg Kaiser (1878-1945), de inesgotável força inventiva, mestre de sutil construção dialética, e o revolucionário Ernest Toller (1893-1939); Sorge (1892-1916), vítima da guerra, escreveu duas peças religiosa à maneira do último Strindberg. Unrush (n.1885) e Hasenclever (1890-1941) atacaram a velha geração e o militarismo. Já é pós-expressionista Zuckmayer (n.1896), de um alegre radicalismo político. Na Dinamarca, Kaj Munk (1898-1944) combinou pietismo religioso e veemente tendência anti-racista e antiditatorial. Um centro do Expressionismo fantástico no teatro é a Bélgica: Ghelderode (n.1898) em língua francesa; Herning Hensen (n.1917) em língua flamenga. Na Irlanda, onde Lady Gregory tinha fundado o Abbey Theatre de Dublin como centro de cultura dramática nacional, o grande representante do Expressionismo é O'Casey (n.1884).
No Cinema, os filmes expressionistas vão trazer à tona esse mundo que se tornou tão permeável, que a todo momento parecem brotar, ao mesmo tempo, o espírito, a visão e os fantasmas; sem cessar, fatos exteriores se transformam em elementos interiores e incidentes psíquicos são exteriorizados: "resta-nos falar da fonte inesgotável de efeitos poéticos na Alemanha: o terror, as almas de outro mundo e os feiticeiros agradam tanto ao povo quanto aos homens esclarecidos". (Madame de Stael) Alguns diretores do cinema expressionista: Fritz Lang ( Metrópolis, A Morte Cansada, O Vampiro de Dusseldorf, O Testamento do Dr. Mabuse, Os Espiões, Os Nibelungos I e II); Robert Wiene (O Gabinete do Dr. Galigari, Genuine, A Tragédia do Gólgota); F. W. Murnau (Nosfertu, Fausto, Terra em ChamasFantasma, O Último Homem, Tartufo); Paul Wegener e Henrik Galeen ( O Golem); Stellan Rye ( O Estudante de Praga); Pabst (A Caixa de Pandora); Luper Pick ( A Noite de São Silvestre); Hans Kobe ( Torgus). O universo expressionista no teatro e no cinema - assegurar expressividade máxima, atingir diretamente o público, fazer de cada elemento cênico, do ator, do cenário, da luz e da música, um "elemento de choque", um elemento "que age", portador do "grito da alma", eis o que povoa o universo expressionista no teatro e no cinema. Uma reação violenta contra o realismo e o naturalismo, contra as aparências da realidade material, buscando "desnaturalizar a cena", desembaraçar a cena de todo caráter descritivo, de toda imitação realista para exprimir aí "a essência do drama", pelo jogo antinaturalista do ator, o simbolismo do objeto, da linha, da cor e da iluminação cênica. Permitir ao espectador, não captar o lugar de uma ação, seu quadro, mas o "acontecimento", a realidade profunda do drama.
Algumas características da linguagem expressionista: A nostalgia do claro-escuro (a cena será mantida ora na penumbra, ora riscada por feixes luminosos, ora animada por violentos contrastes, modificando-se as cores) e das sombras (projetar sombras sobrenaturais e aumentar a tensão patética), reflexos em espelhos deformantes, distorções, a luz e a escuridão desempenham o papel do ritmo e a cadência da música, a cor é uma tonalidade afetiva, pesada ou leve, triste e doce, mística e clara. Escadas, corredores escuros e desertos, redução do espaço cênico ao essencial, jogar fora tudo que é decorativo, cenas que trabalhem com o "vazio", espaço dinâmico, espaço rítmico, o cenário deve jogar "com", o corpo do ator constrói o cenário. Linguagem entrecortada, estilo telegráfico; frases curtas; exclamações breves; ampliação do sentido metafísico da palavra; expressões vagas; linguagem carregada de símbolos e metáforas; ligeira hesitação antes de pronunciar uma palavra; ênfase à "musicalidade da palavra", independente de seu valor lógico e gramatical. O ator expressionista representa fisicamente. O corpo humano, forma e volume, adapta-se ao estado de alma, tornando-se sua tradução plástica. Não se trata mais de encarnar este ou aquele personagem, de revelar situações, mas de traduzir estados de alma, de sublinhar as características fundamentais dos personagens e dos momentos essenciais da ação. Uma arte não de encarnação, mas de revelação. Movimentos abruptos e ásperos; interrupção do movimento em pleno curso; distância dos modos naturalistas - "que o ator ouse estender o braço de maneira grandiosa e coloque todo seu enlevo declamatório numa frase, com decerto jamais faria na vida cotidiana; que não seja de forma nenhuma imitador". O ritmo de um grande gesto tem um caráter muito mais carregado de sentido e emoção que o comportamento natural. Movimentos entrecortados; deformação dos gestos e dos rostos; imagens impregnadas de atmosfera; gestos que não se concluem, bastando um esboço para indicar-lhe o sentido; seqüência de élans e de rupturas.
No quadro "O Grito" de Munch, que encontramos um grande marco do expressionismo. A deformação da figura chegou a um limite desconhecido para a época. O homem em primeiro plano, com a boca em grito e as mãos pressionadas sobre os ouvidos para não escutar o próprio grito incontido, que é também grito da natureza, reduz-se a uma mísera aparência ondulante numa paisagem de delírio. Tudo está voltado para a expressão: desenho, cor, composição. Munch diz: "ouço o grito da natureza". O expressionismo, da forma como ele se articulou dentro da história da arte moderna, aparece como o movimento mais rico e complexo. Em grande parte, podemos dizer, a arte moderna está mergulhada numa "condição expressionista", pois a maior parte dos artistas contemporâneos sentiram e sentem os temas do expressionismo como seus. Assim, podemos dizer, que o movimento expressionista, em seu conjunto não foi um movimento "formalista", mas de "conteúdos". Um movimento que integrou em si todas as expressões artísticas, nas suas mais diversas manifestações e que até hoje nos traz o eco do seu grito: o grito da alma humana.
Expressionismo nas Artes
Em nosso país o movimento também foi importante. Podemos destacar, nas artes plásticas, os artistas expressionistas mais importantes: Candido Portinari, que mostra em suas telas a migração do povo nordestino para as grandes cidades. Outros representantes: Anita Malfatti, Lasar Segall e Osvaldo Goeldi (autor de diversas gravuras). As peças teatrais de Nélson Rodrigues apresentam significativas características do expressionismo.
Na America Latina o expressionismo manifestou-se como uma via de protesto político. No México, seus representantes mais importantes são os muralistas, como Diego Rivera.
Durante a década de 1950, o expressionismo volta a se manifestar, mas agora de uma outra maneira, na obra de artistas americanos como Jackson Pollock, dentro do que ficou conhecido por Expressionismo Abstrato. Este movimento foi criado em Nova York por pintores como Pollock, de Kooning e Rothko. Aqui os estilos eram bem variados e buscavam a liberação dos padrões estéticos que até então dominavam.