terça-feira, 26 de maio de 2009

Minimalismo




"Arte é o que fazemos. Cultura é o que fazem de nós" Carl Andre utilizou a matéria, criando objectos solitários e minimalistas, por vezes as suas obras lembram elementos da cultura, mas trata-se de uma ilusão provocada, ou antes uma provocação ilusória.

Minimalismo é o movimento ou estilo artístico que surgiu nos Estados Unidos da América durante a década de 60, vários artistas começaram a expor em Nova Iorque e Los Angeles trabalhos como uma lâmpada fluorescente aparafusada diagonalmente à parede (The Diagonal of May 25, de Dan Flavin) ou placas de metal deitadas no chão (Aluminum-zin Dipole E/W, de Carl Andre). Estes objectos confundiram os críticos, que não sabiam como descrever e definir estas novas obras de arte. Como reacção à extrema subjectividade e emotividade do expressionismo abstracto dos anos 50. A palavra minimalismo foi pela primeira vez apresentada como um termo de arte em 1937 por John Graham, um artista americano de origem russa, no entanto, foi David Burliuk quem pioneiramente utilizou a palavra minimalismo num artigo datado de 1927, onde escrevia sobre o trabalho de John Graham. Daí que seja difícil precisar quem foi o primeiro a usar o termo, se David Burliuk ou John Graham. Mas foi com o artigo de um filósofo britânico, Richard Wollheim, publicado em 1966 e intitulado “Minimal Art “, que o termo entrou no discurso crítico.O minimalismo, tal como o construtivismo, privilegia o racionalismo e o pensamento matemático. Rejeita o lirismo, a subjectividade e os interesses sociológicos exteriores, volta-se sobre si mesmo e sobre a sua própria análise. O movimento foi uma reacção à prolongada obsessão americana pela individualidade, que estava esgotada com a constante luta entre as liberdades de cada um e as exigências da sociedade. Na década de 60, quando o país tentava sair do conformismo obediente a que tinha estado sujeito durante a Segunda Grande Guerra, essa obsessão pelo individual tornou-se insustentável. A arte deixa de ser expressão do sujeito, para ser a força através da qual a mente impunha ordem e racionalidade às coisas.Ao mesmo tempo que surgia o termo minimalismo, surgiam outras etiquetas para classificar o novo estilo, normalmente para dar títulos a exposições, como por exemplo, «ABC Art», « Primary Structures », « Cool Art », « Specific Objects » e « The Art of the Real».Formalmente, a arte minimal caracteriza-se por uma estrutura muito simplificada, utiliza um método conceptual de composição racionalmente desenvolvido que consiste em disposições simples de unidades idênticas e intermutáveis, com frequência modulares, de inspiração matemática, ou resolvendo permutações geométricas, grelhas ou repetições que podem continuar ou prolongar-se infinitamente. Pelo seu carácter «anti-formal» – simplificação
extrema das estruturas e ausência de reflexo pessoal – a arte minimal teve uma influência considerável na arte conceptual, onde a imagem cede lugar a uma representação textual.
Uma outra forma de expressão criada pelos minimalistas é o happening, uma situação, actuação improvisada, ou que o é aparentemente, projectada de modo a gerar a participação dos espectadores.O termo foi pela primeira vez usado pelo encenador americano, Allen Kaprow, no seu livro Something to Take Place: A Happening. Eram a favor da improvisação, da espontaneidade e do automatismo, mas não um automatismo puro, ditado do pensamento, ausente de qualquer controlo exercido pela razão.O minimalismo operou mudanças decisivas não só na pintura, com nomes como o de Ad Reinhardt, ou na escultura, com Donald Judd, Robert Morris, Carl Andre e Dan Flavin, mas também na música e na dança. Na música, Philip Glass e Steve Reich compõem música que tem uma estrutura modular, onde a repetição é permanente. Na dança, Lucinda Childs faz coreografias implacavelmente repetitivas compostas num palco vazio, completamente nú.Uma outra forma de arte minimal, e desta vez anterior à década de 60 é o haikai. O haikai é uma das mais importantes formas da poesia tradicional japonesa, e também a mais curta das composições poéticas; menor que o soneto, que a trova e mesmo que o epigrama grego.

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