quinta-feira, 18 de setembro de 2008

O Expressionismo








Edvar Munch (O Grito/Madonna)
Denominam-se genericamente expressionistas os vários movimentos de vanguarda do fim do século XIX e início do século XX que estavam mais interessados na interiorização da criação artística do que em sua exteriorização, projetando na obra de arte uma reflexão individual e subjetiva. O Expressionismo não se confunde com o Realismo por não estar interessado na idealização da realidade, mas em sua apreensão pelo sujeito. Guarda, porém, com o movimento realista, semelhanças, como uma certa visão anti-"Romantismo" do mundo.
Sob o rótulo expressionista estão movimentos e escolas como o grupo
Die Brücke (do alemão: A ponte), as últimas Secessões vienenses e de uma certa forma o fauvismo. Em uma acepção mais ampla, a palavra se refere a qualquer manifestação subjetiva da criação humana.Uma das primeiras manifestações, neste contexto das vanguardas, a ser chamada de expressionista foi a dos fauves (que mais tarde teria em Henri Matisse seu principal desdobramento, ainda que sua obra se afaste do arquétipo expressionista). No fovismo, a principal e mais clara herança dos pós-impressionistas (entre os quais Paul Gauguin tem posição de destaque, seguido do supracitado Van Gogh) é a pesquisa formal e psicológica dos efeitos dramáticos da cor na composição pictórica. A cor aqui é vista de uma maneira absolutamente não-naturalista, independente e é essencialmente uma forma de expressão de sensações e sentimentos. O expressionismo era baseado na explosão da emoção, na explosão do sentido. Utiliza a imagem visual que nos cerca para uma realidade interior. Ocorre a deformação das imagens, devido ao sentimento interior intervir na realidade. O fato dramático sobrepõe ao fato artístico
Existiram dois grupos, porém, que entre todos os movimentos são os mais facilmente identificados com o expressionismo. São eles:
A Ponte (Die Brücke'), em Dresden (1905-1913); e O Cavaleiro Azul (Der Blaue Reiter), em Munique (1911-1914). Os primeiros eram mais agressivos e politizados e seus principais representantes são Ernst Ludwig Kirchner e Emil Nolde. O Cavaleiro Azul (que mais tarde se desdobrará e parte de seus membros virá a fazer parte da Bauhaus e do advento da abstração) eram mais voltados, em um primeiro momento, à espiritualidade da obra artística e seus principais membros são Vassíli Kandínski, Paul Klee e August Macke.
Na America Latina o expressionismo manifestou-se como uma via de
protesto político. No México, seus representantes mais importantes são os muralistas, como Diego Rivera.
Durante a
década de 1950, o expressionismo volta a se manifestar, mas agora de uma outra maneira, na obra de artistas americanos como Jackson Pollock, dentro do que ficou conhecido por expressionismo abstrato. Notabilizou-se principalmente na Alemanha.
No norte da Europa, a celebração fauvista da cor foi levada a novas profundidades emocionais e psicológicas. A partir de 1905, o expressionismo desenvolveu-se quase simultaneamente em países diversos. O alemão, em especial, caracterizado por cores intensas e simbólicas e imagens exageradas, tendia a abordar os aspectos mais sombrios e sinistros da alma humana.
Embora o expressionismo tenha adquirido caráter nitidamente alemão, o francês Georges Rouault (1871 – 1958) foi quem uniu os efeitos decorativos do fauvismo à cor simbólica do expressionismo germânico. Rouault foi colega de Matisse na academia de Moreau e expôs com os fauvistas, mas sua paleta e sua temática profunda o colocam como um dos primeiros expressionistas, ainda que isolado. A obra de Rouault tem sido descrita como “o fauvismo de óculos escuros”.
Rouault era muitíssimo devoto, e alguns o consideram o maior artista religioso do século XX. Começou como aprendiz de vitralista, e o amor a contornos severos que contenham cores radiantes dão vigor e enternecimento a suas pinturas de prostitutas e palhaços. Ele não julga essas desventuradas figuras, mas a extrema piedade com que as mostra causa poderosa impressão; assim, Prostituta no espelho é um libelo feroz contra a crueldade humana.

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